terça-feira, 26 de maio de 2009

À Gabriela Araújo e tantas(os) outras(os)

NO CAMINHO, COM
MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!


EDUARDO ALVES DA COSTA
Niterói, RJ, 1936

Passam-se os dias, os anos. A coisa só faz piorar. Se o mau exemplo vem de cima, porque ter ordem aqui em baixo? Nossos pilares estão corroídos a ponto de estarem caindo. O Legislativo é corrupto. A Justiça, inútil. O Executivo bastante deficiente. E a sociedade civil é calada.


Quanto covardes ainda seremos para não enfrentarmos nossos problemas de frente? O que ganhamos com nossas barganhas, com nossos apadrinhamentos, com os conchaves que fazemos, com esse estado patrimonialista que usufruímos?

O que nos rendia uns trocados já não está compensando as perdas que sofremos.

A bomba está caindo no nosso colo e Maiakóvski ainda a nos esperar.

Um dia alguns deles crescem e se elegem ou se formam. Viram doutores. Vestem vestimentas bacanas: ternos, aventais, vestidos longos, batas e becas. Alguns até peruca usam. Falam de maneira sofisticada. Tem carros bonitos. São dignos representantes da fina flor da sociedade brasileira.

Noutro dia outros deles também crescem, não se formam, mas se elegem da mesmo jeito. Falam a língua da população. Engolem os esses. Estão nos campos e nas cidades. Vestem-se de vermelho. Alguns preferem o verde. Intitulam-se detentores da verdade e representantes da massa. Fazem da política, mitologia.

São tão distintos, uns dos outros, mas quando estão sob o mesmo teto, quando cruzam a mesma esquina, camuflam-se, combinam-se a ponto de serem, na verdade, os mesmos.

Quando invadem nossas casas, assaltam nossas famílias e matam nossos filhos. Quando disputam a mesma “boca”, assaltam nossos bancos e roubam nosso dinheiro. Quando sequestram nossos parentes, estupram nossas filhas e nos humilham. Quando colocam água oxigenada em nosso leite, esburacam nossas estradas e prejudicam nossa vida.

Quando retornam de quatro em quatro anos, fazem as mesmas promessas e nos iludem de esperanças.

Dentro de nós, com a potência de duzentos milhões de vozes, nossos corações gritam - MENTIRA!

domingo, 24 de maio de 2009

Depois da chuva, os buracos.

Quero iniciar esse entretexto pedindo desculpa pela linguagem chula dos comentários das fotos em sequência. Sabe como é: não se pode censurar os autores das mensagens que recebemos diariamente.

Escolhi essas imagens por oportunismo. Há muito tempo atrás recebi uma mensagem intitulada “A Cagada”, descrevendo um incidente de trânsito, onde uma mulher entra numa poça de água que se revela uma verdadeira cratera. O carro é imediatamente dragado e a motorista por pouco se salva. Transeuntes tentam salvar o carro, mas é inevitável a perda total do veículo.

Depois dessas chuvas que caíram na Região Metropolitana de Salvador e no Nordeste como um todo, nos últimos dias, Lauro de Freitas ficou mais esburacada que a face lunar. Dessa maneira, escolhi essas imagens por semelhança e homenagem à administração municipal.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A competência e a torta de banana

O conceito de competência não é algo assim muito novo, mas ainda gera muita confusão, principalmente entre as pessoas que deveriam saber exatamente o que ele é. Não é raro encontrar uma mistura de (des)entendimentos entre os teóricos para explicar a competência. Também é comum encontrar pleonasmos nas explicações das pessoas que trabalham com competência.

Já li muitos textos oficiais explicando que competência é uma habilidade para alguma coisa; que habilidade é uma capacidade prática de realização de um objetivo; e, por fim, que capacidade é uma competência adquirida por meio da experiência. A redundância é tanta, que a figura que me ocorre é a de um cachorro correndo atrás do próprio rabo.

Será a competência um conceito difícil de ser explicado?

Estávamos eu e duas queridas colegas de trabalho almoçando na cantina da fundação onde trabalhamos. A comida não estava essa coca-cola toda. O que nos interessava era a torta de banana como sobremesa. Uma torta deliciosa, feita com banana d’água. Muito úmida, a torta era quase que totalmente feita com bananas. Nas bordas, uma massa bem fina, feita com farinha de trigo integral, manteiga a açúcar mascavo, apenas para dar a estrutura e segurar o recheio. Por cima, melaço, granola, canela e outras especiarias saborosas.

Saboreamos a torta e imediatamente barganhamos com o garçom e o chefe de cozinha a receita. Como nossa moral estava alta, conseguimos em primeira e única mão a receita da famosa e deliciosa torta de banana. Naquele instante, estávamos de posse do primeiro elemento da competência: o conhecimento.

Não perdi tempo, quanto terminou o expediente corri para o supermercado a fim de comprar os ingredientes e fazer eu mesmo a torta. Esperei ansioso a chegada do fim de semana, quando poderia me dedicar mais profundamente ao empreendimento de cozinhar a minha, e só minha, torta de banana. Estava de posse do segundo elemento da competência: a atitude.

Literalmente coloquei a mão na massa. Descasquei as bananas, fiz as bordas, preparei o recheio, montei a torta e a levei ao forno. Segui fielmente a receita fornecida pelo chefe. Retirei do forno, esperei esfriar e, finalmente cortei a primeira fatia e estava pronto para saborear a minha torta de banana. Estava de posse do terceiro elemento da competência: a habilidade.

Juntando as partes, a competência é largamente definida na literatura como um conjunto de conhecimento, habilidade e atitude necessário para a realização de uma determinada tarefa e o alcance de um determinado resultado. Como dizem por aí: competência é o CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude).

Apesar de hegemônica, a competência entendida como CHA é um conceito longe de ser universalmente aceito. A minha torta de banana empiricamente provou que faltava algo ao conceito de competência. Provando a primeira garfada, percebi de imediato o quanto diferente estava a minha torta de banana para a torta de banana da cantina da fundação.

A minha torta de banana estava completamente ressecada, a massa estava crua e parecia não ter sabor. Ou seja: un excrément! Mas, o que poderia ter ocorrido de errado? Eu estava de posse de todos os conhecimentos, uma vez que tinha a receita. Fui hábil na montagem da torta, já que aparentemente ela estava igual ao modelo. Minha atitude foi impecável, na medida em que tive o interesse e realizei a empreitada. O que faltara?

Saindo dos limites do CHA, podemos encontrar muitos autores (principalmente os franceses) que defende um conceito de competência mais aberto, com diversos elementos. Certamente um dos elementos que me faltou no preparo de minha torta de banana foi a experiência. Posso dizer que a experiência está intimamente relacionada com a competência. Tanto é assim que, com novas tentativas, a minha torta de banana ficou mais próxima da torta de banana da cantina. Por exemplo: com a experiência, soube selecionar melhor a banana d’água, que não pode estar tão madura e nem tão verde. Só com experiência é possível identificar o seu ponto.

Outro elemento da competência é o conjunto de recursos disponível. Em minha casa os instrumentos de cozinha são bem diferentes dos instrumentos da cantina. Certamente o forno da cantina é profissional. Já o meu é de uma marca que nem existe mais. Provavelmente o tempo de cozimento será também diferente, implicando na necessidade de adaptação da receita às condições instrumentais de minha cozinha. Ou seja, a receita que dá certo na cozinha industrial não necessariamente dará certo na cozinha doméstica.

Outro exemplo é a diferença entre o papel e lápis para o computador. Essa postagem seria quase impossível para mim se eu tivesse que escrevê-la num papel com um lápis. Fui alfabetizado com lápis, mas hoje, com o uso da informática, não consigo escrever uma redação legível.

Ainda existem muitos outros elementos da competência, mas me limitarei a mais um: o contexto. O contexto significa tudo que está ao redor. No meu caso, apenas eu e minha ansiedade. No caso do chefe de cozinha, tem os auxiliares, o patrão e os clientes. O contexto é tão significativo que, por exemplo, alunos têm desempenho ruim em prova, mesmo sabendo o assunto, apenas pelo sentimento de pressão de estarem sendo avaliados.

No que resulta tudo isso? Primeiro que o conceito de competência não pode ser limitado ao CHA. Ao contrário, já possuímos dados científicos suficientes (não com essa postagem) para incluímos outros elementos, como a experiência, os recursos e o contexto. Segundo que o conceito de competência ainda não é conclusivo, existem áreas a serem exploradas. Terceiro que é melhor se deliciar com a torta de banana da cantina, pois ainda vai demorar muito para a minha torta ser tão boa.

Fonte foto: google

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Entretextos

Desde que comecei a receber minhas primeiras mensagens eletrônicas, lá pelos idos de 97, estou colecionando pérolas que os meus amigos/as vão me mandando. Engraçadas, terríveis, pornográficas, políticas, violentas, extraterrestres todas têm uma dimensão da verdade de um momento da história narrada e difundida via redes virtuais de amigos, na Internet.

Na minha coleção de mensagens "interessantes" de amigos estão fotos, poesias, piadas, charges, desenho em quadrinho e tudo que se possa imaginar. Como não sou baú, tampouco padre, resolvi, entre um texto e outro, publicar essas pérolas e, caso seja pertinente, comentar alguma coisa.

Começando, escolhi a mais recente, que acabei de receber hoje no trabalho. Trata-se de nosso super-herói Obama. Ele está no lugar certo, mas na hora errada. É uma pérola de criatividade!


Fonte: amiga de trabalho

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Silêncio

Meus colegas de doutorado fizeram uma bela apresentação sobre o silêncio nas relações entre professores e alunos. Eles partiram das obras de Paulo Freire e instigaram a turma a discutirem e sentirem todas as relações e reações que o silêncio e o não-silêncio provocam nas pessoas.

Depois das provocações da aula, viajei nas minhas recordações de silêncio e imediatamente as relacionei a uma atividade que participei no último sábado, a qual eu descreverei mais adiante. É interessante notar que o silêncio pode ser considerado um intervalo entre um som e outro. No nosso dia-a-dia, cada vez mais agitado, fica difícil perceber o silêncio, mas não é impossível.

Muitas vezes, ao sair do trabalho, no horário de maior tráfego, onde o normal é haver muito barulho e buzina, percebo que há um silêncio no ar, talvez provocado por algum fenômeno atmosférico. Não que eu deixe de escutar as coisas, mas elas não mais me incomodam e praticamente se silenciam. Abro a janela e curto o vento entrando no carro e um tipo de silêncio abafado, diferente e confortável.

Numa partida de futebol ou numa disputa de pôquer o silêncio também está presente, não importa de que tamanho seja a torcida. Antes de cobrar o pênalti e antes do abaixar as cartas, há um silêncio ansioso, quase que querendo antecipar os fatos e as consequências das jogadas.

Percebemos o silêncio quando esse antecede momentos difíceis e decisivos. É comum nos filmes onde os boxeadores se preparam para a luta. Em seus camarins, há um silêncio apreensivo pela luta. Em seus corpos fervilham adrenalinas, mas eles estão no maior silêncio que só é quebrado pela vibração da platéia ao ingressarem na arena.

Antes de qualquer batalha há um silêncio assustador, que liberta a imaginação e os piores pensamentos. O soldado praticamente não respira e não se mexe, esperando a ordem do seu general. O silêncio é quebrado pelo grito de guerra e horror.

Encontramos o silêncio em vários outros momentos: antes do primeiro choro do neném ao ser retirado de sua mãe; no intervalo imediatamente posterior ao clique de uma máquina fotográfica e a inevitável pergunta: “ficou boa?”; no instante de tensão da abertura de um resultado de um exame de saúde; no momento que antecede à resposta à pergunta “quer casar comigo?”...

Neste sábado me encontrei envolvido em algo também surpreendente. Tratou-se de um mutirão que envolveu quase que 20 mil pessoas. Participei da preparação que antecedeu o evento e de sua coordenação em si. O mutirão estava marcado para se iniciar às 8 horas, porém eu precisava chegar mais cedo (6:30 h) para arrumar as últimas coisas. Dentro de meu carro, no percurso de minha casa ao local do evento, eu estava preenchido por um silêncio contemplativo. Com os vidros fechados, via a chuva forte que caia sobre a cidade e me projetava já realizando o evento.

Ao chegar no local, vi uma multidão aglomerada e espremida pela chuva aguardando o início do mutirão. Uma desorganização geral provocada pela chuva e pela ansiedade das pessoas em serem prontamente atendidas. Meu silêncio foi rompido imediatamente e me senti entrando num campo de batalha.

Por causa da chuva e pelas atividades que ocorriam no local, o evento gerou um forte barulho, mistura de gente se comunicando, rádios comunicadores chiando, mensagens sendo ditas em alto-falantes e todos outros sons de uma multidão. O ambiente estava completamente insalubre e sugava todas as energias das pessoas que participavam do mutirão. A ordem estava clara: não descansar até que as atividades estivessem finalizadas.

Quando o relógio bateu às 21 horas, 15 horas depois de iniciados os trabalhos do mutirão, o som da última atividade foi transmitida pelos alto-falantes. Depois disto, um silêncio acalentador tomou conta de todo o espaço, onde antes estavam centenas de pessoas. Exaustos, todos da minha equipe e eu caímos sentados. Olhei os meus colegas em volta e comentei: agora, o único som que desejo ouvir é o de uma cerveja sendo aberta.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A quem interessa uma calamidade pública?

Por definição, o estado de calamidade pública é o reconhecimento pela autoridade local, por decreto, com aprovação do Governo Federal, dos danos sofridos pelo município (humanos, materiais e ambientais), em decorrência de evento adverso de grande magnitude. Na prática, é o que está acontecendo com Salvador desde a semana passada e, com mais intensidade, nessa semana após as últimas chuvas torrenciais.

Segundo a Defesa Civil, quanto mais grave for o dano sofrido o nível do desastre muda e a maneira de atendê-lo também.

Nível I – Pequena intensidade ou acidente. Situações facilmente suportáveis e superáveis, com danos pouco importantes e prejuízos pouco vultosos. Não há a caracterização de uma situação anormal.

Nível II – Média intensidade. Situações suportáveis e superáveis, com danos de alguma importância e prejuízos significativos. É caracterizada uma situação anormal.

Nível III – Grande intensidade. Situações suportáveis e superáveis, se a comunidade estiver preparada, com danos importantes e prejuízos vultosos. Caracterizada a situação de emergência.

Nível IV – Muito grande intensidade. Situações não suportáveis e não superáveis sem ajuda externa, com danos muito importantes e prejuízos muito vultosos e consideráveis. Considerado estado de calamidade pública.

Nível V – Agravado o estado de calamidade pública e em algumas situações específicas é considerado Estado de Defesa ou Estado de Sítio, autorizado pelo Congresso Nacional.

Mas, a quem interessa um estado de calamidade pública?

Para quem perdeu a casa, quem perdeu um parente ou quem está numa situação crítica a resposta é obvia. A essas pessoas não interessa esse debate. Interessa remediar uma situação grave, estancar uma hemorragia e evitar uma tragédia ainda maior.

É pouco provável ser racional quando sua vida está em jogo. Melhor, para responder àquela pergunta, é se distanciar do objeto, do fenômeno que gerou o estado de calamidade pública e de suas emoções.

Desta maneira, refaço a pergunta: há um ano atrás (2008), a quem interessaria um estado de calamidade pública um ano à frente (2009)?

Nesse caso, está óbvio a quem não interessaria. O estado de calamidade pública não interessaria à pessoa que será beneficiada diretamente pelo seu decreto, um ano à frente.

Para facilitar, vamos a um exemplo prático. Um ano atrás (2008), as famílias das duas pessoas que morreram no desabamento de seus imóveis, hoje (2009), no bairro do Pirajá, devido às fortes chuvas, certamente não se interessariam em serem beneficiadas do estado de calamidade pública. Na verdade, não desejariam nem que ele existisse.

Então, a quem interessaria?

Em primeiro lugar, aos políticos. Facilmente comovidos pela situação, os políticos usam da abertura dos meios de comunicação, provocada pela cobertura ao fenômeno, para lançar à população uma imagem proativa e solidária frente à situação.

Em segundo lugar, aos partidos políticos. Decretar estado de calamidade pública possibilita acessar recursos e usá-los sem os rigores normais de um processo de licitação. É ter poder de barganha para as próximas eleições, sem falar da corrupção direta.

Em terceiro lugar, aos fornecedores do Estado. Apoiar partidos políticos e seus políticos em momentos de crise, com dinheiro rápido e sem concorrência, é extremamente lucrativo.

Voltemos ao ano de 2008. Naquele ano houve uma chuva torrencial da mesma proporção da que ocorreu hoje. Voltemos a 2007, idem. 2006, idem. Desde que sou morador de Salvador e Lauro de Freitas (já se vão 16 anos), em todos os anos, em algum momento, choveu muito.

Chuva não é novidade. Tampouco calamidade. Calamidade é a incompetência de se conviver com a chuva.

Podem escrever em seus caderninhos, este ano, da maneira como caminhamos, estaremos decretando o estado de calamidade pública do ano que vem. Com ele, muitas mortes.

Fontes:
Ministério da Fazenda
Defesa Civil
A Tarde
Google Imagem

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