quarta-feira, 24 de junho de 2009

Os maiores dançarinos do mundo - Homenagem a Michael Jackson

No Maior São João do Mundo, encontrei os maiores dançarinos do mundo. Muita classe. Passos certeiros e harmônicos. Ritmo, molejo e muito mais. Público seleto. Confiram.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Bomba de São João

Ah, não aguento mais! Com essa última, já são cinco vezes que vou ao banheiro. Não sei o que me aconteceu. Ontem à noite senti apenas um volume anormal de gases. Para aliviar a pressão intestinal, tomei um comprimido daqueles da moça da propaganda, que está numa festa, toma o bendito remédio, imediatamente sorrir e vai dançar com o “gatão” que a espera, despreocupada das consequências. Ou a propaganda foi curta demais e não mostrou os efeitos 5 minutos após a ingestão do medicamento ou, no meu caso, teve algo a mais. De fato, o comprimido resolveu a situação dos meus gases presos, libertando-os por cima ou por baixo, mas os efeitos e odores não foram nada agradáveis, nem daria para dançar sorridente.

Os gases foram o prelúdio de uma seguência de jornadas ao banheiro. Naturalmente, os sólidos primeiro, os líguidos por último. Nesse momento, estou na fase mais líguida da história. Contorcionismos a parte, é uma oportunidade de se ler um livro, resolver todas as palavras cruzadas que sobram, ler a Veja e, por que não, escrever esse blog. Mas, apesar do tempo de sobra para pensar, a pergunta fundante é a que fica sem solução: o que me aconteceu?
Cabe acrescentar que essa situação não se passa no meu recinto domiciliar, onde, descontados os incômodos revoltosos da barriga, estaria tranquilamente protegido dos olhares, observações, comentários e contribuições de terceiros. Na primeira vez que você vai ao banheiro, tudo bem. Na terceira, já atrai olhares. Na quinta, chegam os inevitáveis comentários. Acrescento ainda a complicada habilidade de aliviar ventos sem produzir som. Quando a bomba de São João explode no banheiro escuto os comentários vindos da sala:
- o coitado está se acabando!
- deve ter sido aquela codorna que estava muito oleosa.
- tenho aqui um comprimido para isso.
- de jeito nenhum, ele tem que aliviar tudo mesmo, não pode deixar nada preso.
Concordo com tudo, menos em colocar a culpa na coitada da codorna. A codorna, mesmo oleosa, não produziria isso tudo. Também não só foram codornas as comidas suspeitas que comi. Sabe como é? Quando você volta para a sua cidade, come com paixão as comidas de sua infância e juventude.
Antes mesmo da codorna, teve o pé-de-moleque, a canjica e o queijo manteiga, o qual é muito mais oleoso que todas as codornas juntas. Num passeio no centro da cidade, para comprar uns trecos eletrônicos com o meu irmão, foi irresistível, por exemplo, parar no Chope do Alemão, tomar chope (claro!) e comer linguiças e salsichas extremamente condimentadas e meladas na mostarda. À noite, no Parque do Povo, não pude evitar beber umas Cubas Libre e, de tira-gosto, castanha de caju, amendoim, arrumadinho e carde de sol com macaxeira cozida embebida de manteiga da terra.
No dia seguinte, mesmo com um princípio de ressaca, não pude dizer não a um convite do irmão para um farto churrasco regado a cerveja, cachaça de primeira qualidade (extremamente gelada, parecendo um licor), mais castanha de caju, ovo de codorna, farofa com bacon e queijo de coalho assado. Para completar a festa, depois do churrasco, também não pude negar saborear um guisado de bode feito pela sogra.
Como colocar a culpa na coitada da codorna? Tenho que me curar rápido, pois ainda faltam me oferecer uma buchada.
O melhor mesmo é contemplar o belo da situação. Bom São João para todos... e lá vou eu indo novamente...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Possesso

Já declarei aqui no BLOG DO CATUNDA e afirmo novamente que sou completamente dependente do Word e, principalmente, do corretor ortográfico que tem nele. O vídeo desse entretexto traduz perfeitamente o meu desespero quando não tenho essa ferramenta. Divirtam-se.


sábado, 13 de junho de 2009

Feriados produtivos

Nesta última quinta-feira (11 de junho) se comemorou o Corpus Christi, uma festa da Igreja Católica que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia. Entendeu? Também não.

Segundo o site wikipédia, a Eucaristia é uma celebração em memória da morte sacrificial e ressurreição de Jesus Cristo. Também é denominada "comunhão", "ceia do Senhor", "primeira comunhão", "santa ceia", "refeição noturna do Senhor”. É um dos sete sacramentos, juntamente com o batismo, a confirmação do batismo (ou crisma), a confissão (ou penitência), a ordem (sacerdotal), o matrimônio e a unção dos enfermos.

Sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a vida e graça divinas. A Eucaristia é o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição.

O Corpus Christi é realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma festa de 'preceito', isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo. O ritual é simples e foi descrito por Lucas: “E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da Nova Aliança [ou Novo Pacto] no meu sangue derramado em favor de vós." (Lucas 22:19-20). Traduzindo: nas igrejas, o cristão recebe o pão e o vinho, repetindo o que Cristo fez na sua Última Ceia. "Tomai todos e comei, isto é o meu corpo que será entregue (...) Tomai todos e bebei, isto é o meu sangue (...) Fazei isto em memória de mim". (Mateus 26;26-29, Marcos 14:22-25, Lucas 22:19-20, I Coríntios 11:23-26)

Entendido o que é Corpus Christi, pergunto: justifica-se dedicar um feriado nacional a todos os brasileiros, mesmo não sendo todos cristãos? Poderíamos argumentar que a maioria dos brasileiros o é e, portanto, o feriado é assim justificado. Neste caso, cabe a pergunta: sendo a maioria dos brasileiros cristã, essa maioria dedicou o feriado de Corpus Christi às tradições e rituais da Eucaristia? Essa é uma pergunta mal formulada, pois não há como saber. Farei outra: a maioria dos brasileiros sabe o que significa Corpus Christi e porque celebramos esse dia? Provavelmente não. Afirmo isto empiricamente, com base em depoimentos e pesquisas jornalísticas. Faça um teste você mesmo e chegará a conclusão que poucos sabem o significado e o ritual desse feriado.

Deixando o Corpus Christi em paz e ampliando o debate a outros feriados, também sinto dificuldade conceitual e emocional na comemoração de muitos de nossos feriados municipais, estaduais e federais. Por que ainda comemorar o 7 de Setembro? Há alguma ameaça à soberania nacional pelos portugueses, holandeses ou franceses? Por que comemorar o 21 de abril? O 15 de novembro? Se eu fosse de outra religião, por que comemoraria os feriados católicos?

Com a mudança demográfica e cultural que vivenciamos, assim como com o acirramento da globalização, que nos impõe contato direto com inúmeras culturas questiono a necessidade de feriados da maneira tradicional. O feriado está sendo banalmente comemorado como uma folga ao trabalho ao invés de uma oportunidade de se exercer uma atividade cultural, religiosa, folclórica, social etc. Defendo a institucionalização de feriados produtivos.

Feriados produtivos são aqueles dias que você pode dedicar ao que quiser. Todo brasileiro terá não mais e não menos que 5 feriados ao longo do ano. 5 dias úteis quaisquer que podem ser transformados em feriados. Sejam 2 de janeiro, 7 de julho, 23 de agosto, 18 de novembro ou 13 de dezembro. Quem decide o feriado é o próprio cidadão. Quem decide o que fazer com o feriado também é o cidadão.

Grupos religiosos iriam convencer seus fieis a utilizarem seus feriados para comemorar suas datas significativas. Outros grupos da sociedade civil iriam convencer pessoas a dedicarem os seus feriados a alguma causa social, como: alfabetizar pessoas, fazer passeatas de protesto, ajudar em algum projeto social. Clubes de futebol assediariam os torcedores nas comemorações de títulos. Esportistas utilizariam seus feriados para alguma competição. A maioria dos brasileiros continuaria utilizando o feriado para o que já faz hoje, alguma atividade particular sem relação com o resto da sociedade. Os feriadões seriam intencionais e não ocasionais. Uma pessoa poderia perfeitamente gastar todos dos dias do feriado consecutivamente, de segunda à sexta, fazendo um feriadão particular e legalizado. Acabaríamos com as malditas compensações de horas e com o faz-de-conta dos dias imprensados.

A relação de todos com o feriado seria bem mais honesta, democrática e produtiva.

domingo, 7 de junho de 2009

Euforia

Quantas diferenças existem entre homens e mulheres? Será que é apenas a barba, como explicava Luiz Gonzaga? Acho que não. Esse vídeo retrata de maneira muito simples e engraçada que existem muitas diferenças ...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Tragédia

A semana começou com um tipo de notícia que sempre nos abala: a queda de um avião. Tratou-se de um avião da AIR FRANCE que partiu do Rio de Janeiro com destino à Paris. Por infelicidade da tripulação, o avião aparentemente não resistiu a uma zona de turbulência, sob o Oceano Atlântico, apresentando pane elétrica e caindo entre o Brasil e a costa africana.

Também tivemos outra notícia que, há pouco tempo atrás, parecia ser inimaginável: o pedido de concordata da General Motors. Essa empresa fabrica automóvel e é o ícone do capitalismo mundial e, principalmente, dos Estados Unidos. Alguém algum dia poderia imaginar o Governo estadunidense comprando a GM?

São duas notícias que podemos traduzir como tragédias. A primeira envolve a morte de mais de duzentas pessoas, a destruição de muitas famílias e alimenta nossos temores mortais de querer voar. A segunda impacta em nosso estilo de vida, faz muitas famílias perderem emprego e renda e põe uma questão de natureza econômica, social e ecológica para ser resolvida.

Não querendo desmerecer a importância dessas duas notícias, mas, durante o V Reunião da ABAVE (Associação Brasileira de Avaliação Educacional), que está sendo realizada aqui em Salvador, nessa semana, eu obtive uma informação que, para mim, tem um poder mais devastador.

Durante essa reunião, eu participei de um mini-curso intitulado Estudo Longitudinal sobre Qualidade e Equidade no Ensino Fundamental Brasileiro - GERES 2005, proferido pelo Prof. Nigel Brook (UFMG) e pela Profa. Fátima Alves (PUC/RJ). Os professores explicaram o motivo, os objetivos e as características do estudo e, depois, apresentaram alguns resultados que já podem ser extraídos da base de dados.

Na página do Projeto GERES na Internet, podemos encontrar que ele “é um projeto de pesquisa longitudinal que focaliza a aprendizagem nas primeiras fases do Ensino Fundamental para estudar os fatores escolares e sócio-familiares que incidem sobre o desempenho escolar”.

Segundo os professores palestrantes, o GERES tem o como objetivos: (1) identificar as características escolares que mais promovem o aprendizado dos alunos; (2) identificar as características escolares que minimizam o impacto da origem social dos alunos em seus resultados escolares.

Muito bem. Uma das coisas que mais me chamou atenção durante a apresentação dos professores foi o gráfico do desempenho de um conjunto de alunos de várias escolas (estaduais, municipais, particulares e especiais), em cinco cidades brasileiras (Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e Campo Grande), ao longo de cinco aplicações de testes de português e de matemática. Os testes serviram para acompanhar o desenvolvimento dos alunos nas séries iniciais dessas disciplinas.

O gráfico revela alguns dramas ou tragédias. Primeiro, ao ingressarem nas séries iniciais do Ensino Fundamental os alunos da rede pública têm desempenho muito inferior aos alunos da rede privada e especial. Isto é explicado pelo grave desnível socioeconômico que temos no país. Alunos pobres vão para escolas públicas. Alunos ricos vão para escolas particulares. Por terem melhores condições e acesso a mais oportunidades educacionais, os alunos mais ricos invariavelmente têm melhor desempenho que os alunos pobres. Moral dessa tragédia: o aluno pobre, além de ser pobre, já começa sua vida acadêmica perdendo. É um perdedor de entrada.
A segunda tragédia é que, ao logo dos anos (pontos 2, 3, 4 e 5 do eixo “x” do gráfico) a diferença não diminui e, em matemática, chega a aumentar. Moral dessa tragédia: o aluno pobre, que começa perdedor, não terá nenhuma chance de se recuperar e competir com o aluno mais rico, pois sempre estará em desvantagem. É um perdedor de saída.



Na medida em que a educação é entendida como uma ferramenta para eliminar as diferenças sociais e econômicas, o retrato dessa avaliação nos indica que, no Brasil, a educação está sendo utilizada para manter um “apartheid” permanente entre ricos e pobres. O pobre será um perdedor durante toda vida.

Saber que o filho do pobre, no Brasil, sempre estará em desvantagem e que a educação brasileira reproduz um sistema excludente é a pior das tragédias da semana.

Fontes:


Apresentação dos professores citados

Imagem de Salvador Dali

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O poder de um discurso

A propriedade de fazer belos e potentes discursos não é para muitos seres humanos. Em nossa história, temos poucos exemplos que ilustram o poder de um discurso. Foi assim que, na fantasia, Romeu conquistou Julieta. Foi assim que, na realidade, Hitler conquistou a Alemanha. O discurso que escolhi para postar nesse Entretexto é, talvez, o um dos melhores e reúne o que tem de melhor na civilização brasileira.

Postagens populares