quinta-feira, 14 de abril de 2011

LAPDL

A preocupação com a avaliação, ou melhor, com a prova é quase que universal entre os estudantes. Eu, particularmente, sou avesso à realização de qualquer prova de língua portuguesa, principalmente aquelas que buscam saber sobre a utilização correta do pronome obliquo átono ou do emprego do adjunto adverbial de intensidade. Para muitos, a realização de provas provoca pavor inimaginável, como se estivessem diante do momento da verdade, a qual geralmente não é bonita. Exceto algumas pessoas que morrem de véspera, o certo é que o pavor em ser avaliado é proporcional ao despreparo para a avaliação. Apesar dessa relação ser óbvia, semestre após semestre, alunos não se cansam de perguntar aos seus professores: Como vai ser a prova? Será difícil? Vai cair o quê?

Foi numa palestra que o Prof. Dr. Saja nos apresentou uma maneira simples de explicar aos alunos como resolver esse problema de prova. Peço licença ao Prof. para divulgar seus métodos nesse blog, com algumas ligeiras adaptações.

Contava Saja que na UFBA havia uma disciplina no departamento de física que era tida como a que mais reprovava os alunos. Perante o índice de reprovação, os alunos matriculados nessa disciplina começavam o semestre apreensivos e continuavam nesse estado até a realização das provas finais, a qual consumava a frustração e aumentava ainda mais a fama da disciplina. Em um dado semestre, a disciplina foi ofertada por um professor recém contratado. Preocupado com a má fama da disciplina, querendo reverter a situação e, principalmente, os índices de reprovação, o professor quis inovar e logo na primeira aula deu uma dica para os alunos.

Professor: queridos alunos. Sei que vocês estão apreensivos com as provas dessa disciplina. Não é por menos! Os índices históricos de reprovação são assustadores. Quem passa nessa disciplina praticamente está formado. Mas, eu quero dizer uma coisa para vocês, uma coisa para lhes tranquilizar. Vou escrever no quadro a fórmula para se dar bem e passar em qualquer disciplina, inclusive nessa.

Prontamente o professor escreveu no canto superior esquerdo do quadro o seguinte anagrama:

LAPDL
RAPDE
EAPDP

Escrito o anagrama, o professor iniciou a aula como se não houvesse dito e nem escrito nada. Os alunos trataram de anotar o anagrama em seus cadernos e correram para copiar os assuntos da aula, pois o professor se mostrava ligeiro e já estava longe. Passadas algumas aulas, um aluno observando o anagrama que continuava no canto superior esquerdo do quadro, sem qualquer solução, desabafou.

Aluno: Professor! O Sr. nos falou para não nos preocupar com a disciplina e que, para se sair bem em qualquer disciplina só precisava dessa fórmula e pronto. Mas, até hoje não sabemos do que se trata esse anagrama. Já está chegando a data da prova e estamos ficando desesperados.

Professor: Bem... Eu esperava que essa pergunta não demorasse tanto. Mas, antes tarde do que nunca. Na primeira aula eu vos disse que se vocês utilizassem essa fórmula vocês seriam aprovados em qualquer disciplina, não importa quão complexa e difícil seja. O anagrama é muito simples de se resolver. Então vamos lá:

L de “Leia”
A de ”a”
P de “porra”
D de “do”
L de “Livro”

Professor: Não tem segredo meninos. Para passar tem de ler a “porra” do livro. Continuando...

R de “Resolva”
A de ”a”
P de “porra”
D de “do”
E de “Exercício”

Professor: A Leitura é importante, mas precisa praticar. Sem a prática não acontece a internalização do conhecimento e nem a aprendizagem. E, agora, o grad finale:

E de “Esqueça”
A de ”a”
P de “porra”
D de “da”
P de “Prova”

Professor: Eu sou capaz de jurar para vocês e fazer uma aposta que, se vocês lerem a “porra” do livro e resolverem a “porra” do exercício vocês podem esquecer a “porra” da prova.
Não sei se o que o Prof. Saja nos contou foi verdade, mas aquela turma foi a que teve melhor desempenho na história do departamento de física da UFBA.

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