Costumavas me olhar admirado
Aparecias com frequência mais que estranha
Assumindo-me com mulher sem minha permissão
Procurando em mim algo que te faltava
Mas, os dias se passaram
E eu já não tenho mais nada de novo para te oferecer
Então, por que me procuras?
Por que ainda insistes?
Seria melhor pagar um programa
Servir-te noutros belos corpos
Lambuzar-te de fluidos, sem beijar
Satisfazer-te sem risco, nem compromisso
Para que não sintas o meu ranço
Nem o nojo que vem do gozo
Da pessoa que pensas que não te ama
Fujas de fingir que gostas
Contando os minutos para saíres da cama
Deixando para trás a minha carne usada
Vermelha, trêmula e suada
Procurando água para te banhares
E pasta de dente para aliviares
O gosto do fio de saliva que restou de meu beijo
Melhor é tu passares para o outro lado
Não repartas o pão com mais ninguém
Coma do que é dos outros
Esqueça essa carne que te provém
Mas, se é disto que tu gostas
Da perversão que é minha profissão
Da mistura de odores de meu cheiro
Da carne amaciada e cansada
Por satisfazer tantos esfomeados iguais a ti
Então venha e te entrega
Encha tua boca com minha volúpia
Toma posse sempre que possa
Reconquista essa terra usurpada
O paraíso úmido do meu ventre
Assume como tua essa puta
E deixa para os outros a dúvida
Do que eu faço de tão especial
Para abrires mão da posse e do ciúme
Compartilhando com tantos outros o que é teu
Mas, sendo feliz como mais ninguém
Imagem:www.aegis-education.com