domingo, 27 de março de 2011

Princípio da Exceção

Nessa semana, fiquei surpreso com a quantidade de erros que meus alunos cometeram em relação a uma pergunta simples que os fiz na primeira avaliação do semestre. A pergunta feita foi: explique o Princípio da Exceção.

Frederick Winslow Taylor, um norte-americano dos Estados Unidos, que viveu entre 1856 a 1915, foi um dos maiores responsáveis pela criação da Administração Científica. Taylor, estudando as organizações de sua época, acreditava que as indústrias sofriam de três males: (1) havia uma vadiagem sistêmica por parte dos empregados, a qual era originada dos interesses próprios dos trabalhadores em manter o nível de emprego, assim como da ideia corrente à época que maior produção significaria menos postos de trabalho; (2) as técnicas e os métodos de trabalho não eram padronizados entre os empregados que exerciam uma mesma ocupação; (3) a gerência não conhecia as atividades de seus funcionários, o que levava a utilização de métodos ineficientes de trabalho. Para superar esses males, além da Organização Racional do Trabalho, conjunto de técnicas e métodos a ser empregado pela gerência, Taylor acreditava que as decisões e as prioridades gerenciais deveriam ser guiadas pelo Princípio da Exceção.

O Princípio da Exceção é relativamente simples de entender e de se aplicar. Consiste em fazer uma análise descritiva de qualquer evento, categorizando seus elementos e compondo uma distribuição normal. Os administradores deveriam estabelecer os limites inferiores e superiores da normalidade. Os eventos que ficassem dentro da normalidade não deveriam ser objeto da preocupação dos administradores e sim de seus subordinados. Apenas aqueles eventos que fossem classificados fora da normalidade – as exceções, portanto – eram os que deveriam ter foco gerencial. Esse princípio poderia ser aplicado a tudo ou quase tudo na administração.

Vamos a um exemplo comum aos meus alunos: a sala de aula. Para tanto, tomemos algumas de minhas preocupações: a quantidade de leitura dos alunos. Supondo que os alunos respondessem com sinceridade sobre quantas páginas haviam lido para estudar para a prova, provavelmente teríamos a seguinte distribuição:
  • 2 alunos não leram o livro
  • 3 alunos leram até três páginas
  • 4 alunos leram até cinco páginas
  • 5 alunos leram até dez páginas
  • 3 alunos leram até quinze páginas
  • 2 alunos leram até vinte páginas
  • 1 aluno leu até trinta páginas

Supondo que os meus limites, mínimo e máximo, sejam cinco e quinze páginas respectivamente, pelo Princípio da Exceção eu deveria me preocupar com oito alunos (cinco abaixo do limite e três acima dele). Considerando que, neste caso, superar o limite de páginas lidas não significa um problema, o meu foco de atenção, enquanto professor, recairia sobre os cinco alunos que leram abaixo das cinco páginas. Ou seja, a exceção.

Mas, voltando ao primeiro parágrafo, qual a surpresa com os erros dos alunos? Alunos não sempre erram? A surpresa foi que, justamente na questão do Princípio da Exceção, não houve exceção: todos erraram.

4 comentários:

Catia Bosso disse...

Será que não exigiu muito deles???rsrs desculpa (brincadeirinha) Veja bem, passei por aqui p conhecer ta!!! bjs

Bernadete disse...

Meu caro amigo a sua preocupação então é redobrada: além de ensinar a matéria propriamente dita, o que eu não tenho nenhuma dúvida que você faz muito bem, deverá fomentar o grupo à leitura, no mínimo àquela que compete a tal disciplina. Boa sorte!

Anônimo disse...

Respondeu minhas duvidas, encontrei a resposta do questionário, além de ser interessantissimo!

JORDANIA disse...

GOSTEI MUITO, APRENDI AGORA O PRINCIO DA ADMINISTRAÇÃO PELA EXCEÇÃO NAO TINHA APRENDIDO NA AULA COM MEU PROFESSOR RSRSRSR

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