domingo, 4 de outubro de 2009

2010 – 2019: A década brasileira

Rio 40 graus
Cidade maravilhosa
Purgatório da beleza
E do caos

Capital sangue quente
Do Brasil
Capital sangue quente
Do melhor e do pior
Do Brasil

Foi entre a realidade e a fantasia, traduzidos esplendidamente pela música de Fernanda Abreu, que o Rio de Janeiro venceu Madri (Espanha), Tóquio (Japão) e Chicago (Estados Unidos), trazendo para o Brasil e para a América Latina as primeiras olimpíadas: as de 2016. O Rio, uma cidade de cidades camufladas, esconde e revela segredos de um Brasil para os futuros visitantes e bastantes desafios a serem vencidos pelos brasileiros.

Quem pôde assistir ou ouvir a apresentação das delegações na cerimônia de escolha da cidade a sediar as Olimpíadas de 2016, em Copenhague, se impressionou e até se emocionou com a vitória brasileira e carioca. O empenho dos políticos, atletas e celebridades no corpo-a-corpo antes da votação, assim como a qualidade e uniformidade dos apresentadores e do material e vídeos mostrados foram fatores importantíssimo para essa vitória. O cheque-mate brasileiro ficou por conta do belíssimo e eficaz discurso do Presidente Lula. Esse foi fantástico!

http://www.youtube.com/watch?v=5UIkuI0eyA0

A festa que se deu ao anúncio da cidade vencedora, pelo comitê olímpico internacional, em Copenhague, pode significar, para o país e para o Rio, o início de um novo tempo?

Segundo um recente estudo do IPEA, os exemplos de Barcelona, Sydney e Pequim parecem bem interessantes. Barcelona se transformou após as Olimpíadas de 1992. Uma de cidade eminentemente industrial, estagnada e cinza, passou a ser uma das melhores cidades da Europa. O povo melhorou sua auto-estima. Anualmente, Barcelona recebe milhões de turistas, chegando a ser a terceira cidade mais visitada do velho continente. Em Sydney 2000, o avanço foi nas questões ambientais, como a implantação de técnicas de reaproveitamento de água, energia e lixo e a preocupação com o desenvolvimento sustentável. Em Pequim 2008, a China se apresentou ao mundo de outra forma, derrubando muitos preconceitos e amenizando muitas críticas.

Os impactos que podem surgir na economia e na melhoria da sociedade são várias. Espera-se que o Rio consiga superar graves problemas sociais, incrustados nas inúmeras favelas e nos corriqueiros dramas da saúde, educação, segurança pública e transporte. Do outro lado, os avanços econômicos que o Rio poderá vivenciar parecem mais eminentes e prováveis, principalmente na construção civil e no setor turístico.

A projeção econômica, do Brasil como um geral, é muito boa para os próximos anos, independentemente da ocorrência ou não dos jogos olímpicos. É comum, nos comentários dos especialistas econômicos, escutar que o Brasil atravessou relativamente bem as tormenta da crise financeira. Olhando para os gráficos de bolsa de valores e PIB, percebe-se uma rápida recuperação da economia brasileira. As vendas de veículos nunca foram tão grandes, assim como a arrecadação do Estado.

Além das Olimpíadas, outra ajuda à economia vem da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Esse empreendimento, mais disseminado pelas cidades brasileiras, também promete melhorias incrementais na economia, sociedade e na geração de empregos.

Considerando o entusiasmo do momento, as razões para o ceticismo não são poucas. A concentração de investimentos em poucos locais, os desvios de recursos pela corrupção e a infindáveis obras públicas que se arrastam na construção e dragam dinheiro pelo ralo são alguns dos problemas que iremos enfrentar nessa jornada.

Apesar disso, devemos comemorar e arregaçar as mangas, pois só depende de nós para ser um bom investimento para o Brasil.

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