domingo, 6 de dezembro de 2009

Pedido a Papai Noel

O almoço já pesava no bucho de Barack Obama quando a Secretária de Segurança Nacional dos EUA, Janet Napolitano, entrou esbaforida na Casa Branca.

- Mr. President! Mr. President!

- Yes, Mrs Napolitano. O que foi?

- Mr. President, temos uma nova ameaça à segurança nacional!

- What?!

- Yes, Mr. President, descobrimos uma nova forma de organização terrorista super sofisticada.

- E qual é essa nova forma, Mrs. Napolitano?

- É a Al Qaeda.

- Mas, isso é ridículo! Al Qaeda, é nossa velha conhecida!

- Mr. President, belive me! Al Qaeda não é mais a mesma. Escute essa gravação feita por nossos mais inteligentes espiões. Ela foi gravada em uma das cavernas do Afeganistão.

Janet coloca o pendrive no computador de Obama e aperta o play do Windows Media Player.

- Ho! Ho! Ho!

- Papai Noel, você por aqui?

- Sim meu filhinho. Atendo a todos os pedidos, independente de quem o faça.

- Pois é Papai Noel. Estou frito. O Bush saiu e esse Obama é pior ainda. Não sei o que faço. Se eu ponho os pés fora da caverna, vem logo uma bomba na minha cabeça. Já pensei em seqüestrar outro avião e, dessa vez, acertar bem em cheio na Casa Branca.

- Obama, você está desatualizado. Andei pesquisando o seu pedido e vi que existem novas estratégias mais eficazes que jogar avinhãozinho na Casa Branca.

- Papei Noel, você está brincado? Gastei minha fortuna para construir a Al Qaeda, treinar homens bombas e seqüestrar aviões mundo afora e agora você me diz que tem algo melhor? Mais devastador?

- Exatamente!

- Então conta logo, velho barbudo! Aliás, de barba nós entendemos. A minha também está ficando branquinha.

- Para atender ao seu pedido, meu filho, também terei que procurar por uma barba. Melhor dizendo, pelo Barbosa: Durval Barbosa.

- O que tem esse Durval Bardosa?

- Bem, o que ele não tem é barba. O resto é tudo que queremos.

- Não estou entendendo. Como é que um homem que tem nome de barba e não tem barba pode ser o que eu preciso para derrotar o império norte-americano dos Estados Unidos?

- Esse homem, apesar de não ter barba, vale por mil homens bombas seus. Ele simplesmente é responsável pela paralisação do governo do Distrito Federal do Brasil.

- Ah! Ele também é contra os Kirchners?

- Não idiota! Kirchner é na Argentina. Estou falando do Brasil. País visinho. Mas isso não vem ao caso. O que interessa é que ele é um especialista em assuntos transversais de governos. Ele entende e amarra todas as entranhas do submundo político.

- O que ele fez de tão perverso para ser tão gloriado por você?

- Bem. Além de filmar tudo, ele envolveu todos os integrantes dos três poderes, numa ação integrada de corrupção. Um tal de Arruda, que é governador de lá, caiu feinho. Leonardo Prudente, presidente da Câmara, também está mais fedido que pau-de-galinheiro. Até o conselheiro do Tribunal de Contas, Domingos Lamoglia, também está mergulhado até o pescoço.

- Falando em Brasil, isso acontece todos os dias. Qual é a novidade?

- Meu caro Bin Laden, a novidade está nas conseqüências. A polícia entrou em greve; o Governador está isolado no palácio; a base aliada está se afastando; não há qualquer decisão durante a última semana; a máquina estatal está parada; a Câmara foi invadida por estudantes; há ameaça de intervenção federal; o partido do Governado (DEM) ignora os fatos.

- Papai Noel, o Sr. sabe que tudo isso vai acabar em pizza. Não é?

- Claro que sim, mas enquanto isso, tudo fica parado e terroristas semi-profissionais – como você – podem agir e jogar homens bombas onde quiser.

- AH, genial Papai Noel!

- Pois é. A idéia é colocar um Barbosa na Casa Branca e só esperar a CBN, CSN, CBS, CNN e o Times divulgarem os escândalos.

Janet deu um pouse no computador e olhou atentamente para Barack.

- Mrs. Janet, se isso acontecer aqui estaremos devastados.

- Mr. President, por isso vim correndo.

- Mrs. Janet, o que acontece depois?

Janet aperta o play novamente.

- Papai Noel, o Sr. é mais perverso que eu imaginava.

- Não se trata disso, meu filho. É que, nesse ano, fiquei muito ocioso. As crianças não fizeram muitos pedidos.

- Foi a crise financeira mundial?

- Não. Simplesmente as crianças não tinham mais onde colocar seus pedidos de Natal. A produção de meias foi estranhamente desviada para as lojas masculinas de Brasília.

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