sexta-feira, 2 de julho de 2010

E agora? Vamos trabalhar?


Frustrados, decepcionados e feridos, nós brasileiros voltamos à vida. Permanecemos embriagados e flutuando com a Seleção Brasileira desde sua chegada à África do Sul, em 27 de maio de 2010. De lá prá cá, já se passaram 35 dias de dormência nacional. Nesse período, tudo girou em torno da Copa. Mesmo sabendo que não tínhamos o melhor time que poderíamos ter, a esperança se misturou com a fantasia e ofuscou a realidade.

Quanto custa perder uma Copa? Ao terminar o jogo entre o Brasil e a Holanda, os locutores, amenizando a derrota, diziam: é apenas um jogo de futebol. Estão errados! Não é apenas um jogo de futebol. Ao menos, para os brasileiros a Copa não é apenas um jogo de futebol. O corpo, a mente, a alma e, principalmente, a economia brasileira giram em torno da Copa. As ruas são pintadas, a camisa canarinho é vendida como água, os cabelos são feitos para homenagear a Seleção, as bandeiras são hasteada em todos os carros, as fábricas produzem produtos específicos com as cores nacionais, músicas são criadas e por aí vai.

Mais que qualquer outro esporte, o futebol e o seu maior evento, a Copa, aglutinam os brasileiros. As famílias se reúnem, os amigos se encontram e os desconhecidos se confraternizam. Praticamente, é o único momento em que cantamos o hino brasileiro, mesmo que uma pequena parte dele e sem saber o significado de sua letra. A Copa é tão importante aos brasileiros que há quem acredite que ela pode decidir uma eleição presidencial. Provavelmente Dilma, com a economia aquecida e a uma Seleção vitoriosa, estaria mais confortável para enfrentar as próximas eleições.

A pergunta que fica é se o futebol e a Copa são tão importantes para o Brasil e para os brasileiros, como explicar a derrota para a Holanda? Primeiro, devemos considerar que não podemos ganhar todas. Segundo, que a Holanda fez uma campanha melhor que o Brasil nesta Copa. Terceiro, quem tem Felipe Melo no time tem uma bomba nas mãos e outra nos pés. Felipe Melo, que tem cérebro de minhoca, confunde garra com deslealdade e quer ser inteligente utilizando a força bruta. Alguém deveria soprar uma vuvuzela no ouvido dele. Aliás, seu nome deveria ser mudado para: Felipe “eu” Melo.

Entretanto, o principal motivo para termos perdido a Copa é, claro, o estilo Dunga de liderar. Aos líderes a glória da vitória – se vitoriosos – e o peso da derrota – se derrotados. Dunga fez uma aposta num estilo turrão, fechado e eclesiástico. Dunga fez de nossos craques anões eunucos sem inspiração e da clausura absoluta uma estratégia. Enclausurado, não se lembrou de olhar para fora, de conhecer os adversários. Em não conhecendo os adversários, Dunga não teve opção tática. Quando começou a perder, o Brasil não teve plano de recuperação, ficou imobilizado. Dunga não fez substituição, pois não sabia o que substituir.

Ao contrário dos canarinhos, a Holanda, mesmo sem brilho, sabia o que fazer. Foi surpreendida com um excelente primeiro tempo do Brasil, mas soube mudar seu time para o segundo tempo. Na etapa final, contando com a sorte, com o desequilíbrio de Felipe “eu” Melo e com estratégia imutável de Dunga, a Holanda estava com o queijo nas mãos e o tamanco nos pés. Só não marcou mais gols porque é também incompetente.

Fácil criticar depois do jogo? Como disse: ao líder o peso da derrota.

Neste dia cinza, resta ao Brasil voltar ao normal e concentrar no trabalho.

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