sexta-feira, 20 de março de 2009

A bazófia

Confesso que sou apaixonado pelos textos de Luiz Fernando Veríssimo. Sendo assim, não poderia deixar de tentar imitá-lo.

...

Não tardou para que abrissem um restaurante bem no meio da FACED. O diálogo abaixo, juro que foi verdade:

- Garçom.
- Pois não?
- Qual o prato do dia?
- Temos um excelente contrafilé revolucionário. Tá um pouco duro, mas bem vermelhinho.
- Hum...
- Também temos saladas campesinas, frescas e crocrantes.
- Sei não... parecem hidropônicas!
- Posso garantir que as são cultivadas pelos Sem Terra.
- Ah bom. O que mais?
- Temos as massas. Neste caso, está saindo muito o fettuccine participativo.
- Como é isso?
- É regado ao molho gramsciniano e vem com acompanhante.
- E é?
- Sim senhor. Vem com aquele rapazinho ali.
- Ô tio, pede bastante que tou com fome.


Noutra mesa:

- Ufa! Tardei, mais cheguei.
- O que foi que houve?
- Foi uma fenomenologia que veio do Sul. Está tudo engarrafado ai fora.
- Essa cidade tá mesmo um horror. Não tem mais heurística que dê jeito.
- Também, com a ontologia que elegeram para prefeito.
- Pois é, dizem que ele tem um caso com a prima: a deontologia.
- Não diga? O mundo está perdido mesmo.
- Tá perdido, mas sabem muito bem onde colocar as semióticas deles.
- Mudando de assunto... Você está linda!
- Gostou? Gastei uma epistemologia monstro para isso.
- Valeu a pena, se eu tivesse mais hermenêutica também faria.
- Eu recomendo. Qualquer coisa faz uma etnologia com o seu gerente de banco. Todo mês eles tiram um pouco do extratexto do seu salário.
- Sabe que não tinha feito essa sinopse antes!

2 comentários:

Alice Senna disse...

não sei se rio se choro se me espanto! rss... acho que não entendi nadica de nada!! rss...bjsss

Jorge Amaral disse...

Creio que esses diálogos dizem respeito a uma “prosopopéia flácida para acalentar bovinos” (conversa mole para boi dormir) que pode levar os interlocutores a “romper a face” (quebrar a cara) ou “creditar o primata” (pagar o mico), levando os demais usuários do restaurante a “inflar o volume da bolsa escrotal” (encher o saco) e finalmente “derrubar, com a extremidade do membro inferior, o suporte sustentáculo de uma das unidades de acampamento (chutar o pau da barraca)...

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